No
dia 30 de novembro de 2013, o IHBAJA participou do seminário Colônia Juliano
Moreira: cartografias de um corpo de memórias em transformação realizado pelo
Museu Bispo de Rosário na Colônia Juliano Moreira (CJM). Janis Cassília e Valdeir
Costa palestraram sobre a história da Colônia Juliano Moreira e sobre a
história de Jacarepaguá. O seminário abordou o processo de reordenação do
espaço físico e das relações sociais que está ocorrendo na Colônia Juliano
Moreira em vista as várias intervenções governamentais e a crise de identidade
pela qual passa o recente bairro. Cenário da
implantação de diversas políticas públicas na área da saúde mental, a CJM transformou-se em bairro com características próprias que acompanha as
modificações estruturais e sociais de Jacarepaguá e num nível maior da cidade
do Rio de Janeiro. O I Seminário pretendeu oferecer subsídios
históricos, sociais, políticos e culturais para compreensão crítica dos
processos que contribuíram para a estruturação da CJM na região da
Baixada de Jacarepaguá, oferecendo um panorama das transformações na instituiçãoao longo do século XX até a atualidade. Na parte da manhã, Janis Cassilia, do IHBAJA, palestrou sobre a história da Colônia, desde sua inauguração em 1924 até fins da década de 50. Janis nos apresentou à uma época em que a CJM era considerada o hospital modelo da atuação federal na saúde pública., as várias visitas da Getúlio Vargas ao estabelecimento, as modernas técnicas terapêuticas implantadas pelos médicos e a superpopulação decorrente do fechamento de outras instituições psiquiátricas no Rio de Janeiro. Também foi abordado o início das vilas de moradias que originaram o bairro em que se transformou a CJM. A palestra foi bastante apreciada pelo público, que contribuiu com várias perguntas sobre o passado da CJM.
Na parte da tarde, as atividades foram divididas. Primeiro foi realizada a caminhada histórica pelo centro histórico da Colônia, dirigida por Valdeir Costa, também integrante do IHBAJA. Valdeir destacou os aspectos históricos e geográficos de Jacarepaguá, como por exemplo, a importância mística e religiosa que a área da atual colônia possuía para os índios tupinambás antes da colonização portuguesa, a divisão de sesmarias, com a doação da sesmaria de Jacarepaguá à família Correia de Sá e a importância da produção do açúcar para a colonização e do antigo Engenho Novo, que deu origem à CJM, quando desapropriada pela união em 1912. Valdeir, também em palestra muito elogiada pelo público, percorreu o Centro Histórico, apresentando as construções do antigo engenho e da Colônia e suas respectivas funções, com destaque para a Igreja Nossa Senhora de Remédios e o Aqueduto.
Seguindo a programação, após a caminhada histórica ocorreram uma nova palestra de Janis Cassília e do professor da PUC-Rio Guilherme Guttman. Guttman refletiu sobre o que é a loucura, a loucura de cada pessoa dentro do seu intimo. Já Janis Cassília abriu espaço para uma conversa sobre os processos sociais que estão ocorrendo dentro do espaço da Colônia, em destaque para a questão dos grandes eventos que o Rio sediará.
Seguem abaixo fotos do evento:
A diretora do Museu, Raquel, como mediadora e a palestrante Janis Cassilia.
Início da caminhada histórica.
Caminhada histórica, Morro Dois Irmãos.
Valdeir Costa durante a caminhada histórica.
No portão secundário do Antigo Engenho Novo, Centro Histórico da Colônia.
Valdeir Costa palestrando.
Sob o aqueduto da Colônia.
Fim da caminhada histórica, fornos do antigo engenho.
Palestra da Tarde.
Janis Cassília, a mediadora Bianca e Guilherme Guttman.
Público.