como criar um site
Mostrando postagens com marcador Leonardo Soares dos Santos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Leonardo Soares dos Santos. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Seminário “Territórios de memória: Rio das Pedras e a Baixada de Jacarepaguá”

Participação do IHBAJA no seminário “Territórios de memória: Rio das Pedras e a Baixada de Jacarepaguá”, organizado pela Agência Lume, os integrantes do IHBAJA apresentaram a Exposição Itinerante “Vida e luta na Baixada de Jacarepaguá” (23/11/2024).

A exposição apresenta imagens da paisagem e da vida da população de Jacarepaguá durante as décadas de 1940, 1950 e 1960, num momento em que a população rural da região resistia ao avanço acelerado do processo de urbanização.
Com curadoria de Carolina Rodrigues e Gabriel Reis, ambos do Museu Bispo do Rosário, e de Leonardo Soares dos Santos, do Instituto Histórico da Baixada de Jacarepaguá, a exposição esteve em exibição de abril a outubro deste ano no Museu Bispo do Rosário, no bairro da Colônia. Atualmente a exposição faz parte do acervo do IHBAJA.
Continue lendo →

segunda-feira, 18 de novembro de 2019


JACAREPAGUÁ, IMAGENS DE UM TERRITÓRIO RURAL E NEGRO

Por Leonardo S. Santos



O acervo de imagens que se encontra localizado no Arquivo Nacional do Rio de Janeiro é uma fonte valiosa de documentos sobre um passado cada vez mais distante da Baixada de Jacarepaguá. As fotografias antigas sobre as paisagens física e humana da região são verdadeiras fontes
históricas, de inestimável valor material e imaterial.


  Atual Recreio. Fundo: DNOS/Arquivo Nacional.


  Atual Recreio. Fundo: DNOS/Arquivo Nacional.


Temos ali sob nossas vistas imagens vivas de um perfil rural, com suas criações de animais, lavouras e pomares cobrindo quase que toda a extensão da baixada, os primeiros núcleos urbanos. Tudo isso aparece num riquíssimo conjunto de fotografias e negativos reunido pelo Arquivo Nacional a partir de diferentes fundos (instituições que produziram as imagens). Os principais fundos são o extinto jornal Correio da Manhã, o Departamento Nacional de Obras e Saneamento (o antigo DNOS), Serviço Nacional de Informação (SNI), Agência Nacional e Ministério da Saúde.

Para além dos aspectos geográficos e naturais, as imagens revelam antigas atividades econômicas que antes vigoravam (agricultura, pesca, pecuária), formas de sociabilidade (vendas, armazéns, festas religiosas) e os agentes sociais que viviam e na região.      



 Um tapete de lavouras. Fundo: DNOS/Arquivo Nacional.

  Praia da Barra. Fundo: Correio da Manhã/Arquivo Nacional.

Praia da Barra. Fundo: Correio da Manhã/Arquivo Nacional.

Praia da Barra. Fundo: Correio da Manhã/Arquivo Nacional.

Praia da Barra. Fundo: Correio da Manhã/Arquivo Nacional.


Praia da Barra. Fundo: Correio da Manhã/Arquivo Nacional.


Fazenda da Restinga. Fundo: Correio da Manhã/Arquivo Nacional.

Exploração de Turfa na antiga Pedra da Panela. Fundo: Correio da Manhã/Arquivo Nacional.

Exploração de Turfa na antiga Pedra da Panela. Fundo: Correio da Manhã/Arquivo Nacional.

Exploração de Turfa na antiga Pedra da Panela. Fundo: Correio da Manhã/Arquivo Nacional.

Exploração de Turfa na antiga Pedra da Panela. Fundo: Correio da Manhã/Arquivo Nacional.

Canal do Anil, quando era limpo e navegável. Fundo: Correio da Manhã/Arquivo Nacional.

Exploração de Turfa na antiga Pedra da Panela. Fundo: Correio da Manhã/Arquivo Nacional.




Outro acervo de extrema relevância histórica é o do também extinto jornal Última Hora, que se encontra sob a guarda do Arquivo Público do estado de São Paulo.

Um dos aspectos a serem destacados, como algumas imagens atestam, é o predomínio da população negra nos territórios da Baixada de Jacarepaguá. E essa marca é de grande relevância para a conformação histórica da região. Uma marca que deve ser cotidianamente celebrada e politicamente valorizada.


Trabalhadores da Fazenda da Restinga. Fundo: Última Hora/Arquivo Público do Estado de São Paulo.


Tal traço étnico da região é também visível em algumas fotografias do acervo do Arquivo Nacional. Temos aqui uma comprovação dos relatos da década de 1930 do naturalista Armando Magalhães Correa, que em seu O Sertão Carioca já dava conta da grande pesença negra na Baixada de Jacarepaguá. 

E, importante destacar, os próprios pesquisadores do IHBAJA tem se dedicado a estudar esse importante aspecto de nossa história. Falo dos trabalhos de Julio Doria e Renato Doria, dois promissores pesquisadores da região.


Entrada da Gardênia Azul. Fundo Correio da Manhã/Arquivo Nacional.















































































































Trabalhadores (todos negros) da exploração de turfa na fazenda da Restinga.
Na área onde fica atualmente o aeroporto da Barra. Fundo DNOS/Arquivo Nacional.  
Continue lendo →

domingo, 10 de novembro de 2019

 

A construção da estrada Grajaú-Jacarepaguá foi o passo decisivo para detonar a expansão urbana da região da Baixada de Jacarepaguá. Ali começava o boom de bairros como Taquara e Freguesia.



Fonte: Arquivo Nacional/Rio de Janeiro


Fonte: Arquivo Nacional/Rio de Janeiro






 A Serra do Grajaú, onde se localiza a via, é marcada pela presença de muitas rochas, que se desprendem com grande frequência das encostas. O que sempre causou sérios problemas para os veículos que cruzavam a avenida.


Fonte: Arquivo Nacional/Rio de Janeiro
Fonte: Arquivo Nacional/Rio de Janeiro

 No início do século XX, para se acessar a baixada de Jacarepaguá, havia apenas duas possibilidades: por Madureira e Campinho ou pela Estrada do Joá e Estrada da Barra da Tijuca. Havia, pois, a necessidade de uma nova ligação a partir da Zona Norte.


Fonte: Arquivo Nacional/Rio de Janeiro

 A construção da Grajaú-Jacarepaguá começou na administração Henrique Dodsworth, passou por várias administrações. A primeira parte a ficar pronta foi entre o Grajaú e o restaurante Cabana da Serra, na década de 40.

Fonte: Arquivo Nacional/Rio de Janeiro


Avançou nos anos 50 com o prefeito João Carlos Vital construindo o trecho mais perto de Jacarepaguá (Estrada dos Três Rios). Posteriormente, as pistas que eram estreitas, foram alargadas, mais para o final do século XX.

Fonte: Arquivo Nacional/Rio de Janeiro

Há um acervo de fotos gigantesco no acervo de imagens do Arquivo Nacional. Elas são oriundas de instituições como o Departamento Nacional de Obras e Saneamento - DNOS (órgão do governo federal) e o extinto jornal Correio da Manhã.


Fonte: Arquivo Nacional/Rio de Janeiro


Nesse riquíssimo acervo particular podemos testemunhas imagens do passado da antiga zonar rural da cidade do Rio de Janeiro, que por muitas décadas foi chamada de Sertão Carioca.

Fonte: Arquivo Nacional/Rio de Janeiro

Nas imagens disponíveis que abarcam o período anterior a década de 70, podemos ver também como a Baixada de Jacarepaguá era fortemente agrícola.

Fonte: Arquivo Nacional/Rio de Janeiro


Isso é visível também nessas imagens sobre a Serra do Grajaú. Tanto nos flagrantes do processo de construção como aquelas sobre alguns problemas vivenciados pela via (como o deslizamento de pedras), podemos ver no cenário descortinado nas fotos um ambiente intensamente verde, de muitas árvores, plantações; algumas imagens chegam a nos mostrar animais e equipamentos agrícolas pontilhando o cenário.
Ou seja, as imagens são verdadeiros documentos de um passado agrícola que hoje se encontra quase que extinto, embora siga resistindo em algumas áreas, como os vários sítios ainda existentes na serra do Grajaú-Jacarepaguá estão aí para mostrar.

 Leonardo Santos é pesquisador do IHBAJA e professor de História.

Continue lendo →