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domingo, 12 de março de 2017

AS LIGAS CAMPONESAS DO PCB EM DE JACAREPAGUÁ


LIGAS CAMPONESAS DO PCB - E DE JACAREPAGUÁ....



Veja aqui o relatório de pesquisa de Leonardo Soares dos Santos sobre as "Ligas Camponesas do Partido Comunista do Brasil".

A pesquisa acabou revelando que uma das primeiras Ligas Camponesas foi exatamente a de Jacarepaguá, com sede no atual bairro do Pechincha.

Para ler o relatório na íntegra, clique AQUI.



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terça-feira, 8 de novembro de 2016

PESQUISA SOBRE MILITANTES COMUNISTAS NA BAIXADA DE JACAREPAGUÁ


Relatório final de pesquisa:


"Militantes comunistas e a luta pela terra:
o exemplo de uma antiga freguesia rural, a região da Baixada de Jacarepaguá

(1920-1968)"





Para ler a íntegra do texto do relatório, clique AQUI.





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domingo, 12 de julho de 2015



Nenhuma informação pudemos obter sobre as origens e o início da trajetória do advogado Heitor Rocha Faria no PCB. O registro mais remoto data de 1947, logo depois da cassação do PCB pelo Supremo Tribunal Eleitoral, quando H. R. Faria impetrou um habeas corpus, posteriormente negado pelo Supremo Tribunal Federal, em favor de Luiz Carlos Prestes e outros dirigentes do PCB.
Sabemos, contudo, que sua trajetória guarda muitas semelhanças com a de seu companheiro de partido e profissão, o também advogado Pedro Coutinho Filho. No que tange a luta pela terra, H. R. Faria atuou como advogado dos “posseiros” e “arrendatários” da Fazenda Coqueiros, em Santíssimo, por meio da Associação de Lavradores da Fazenda Coqueiros(ALFC). Tal organização foi criada em 1952 e tudo indica que ela tenha sido idealizada por ele e Lyndolpho Silva, seu primeiro presidente. Além das “providências jurídicas”, H. R. Faria participava ativamente das discussões dos Encontros e Assembléias organizadas pela ALFC, opinando sobre encaminhamentos e propostas de cunho propriamente político. Também teve presença destacada na I Conferência dos Lavradores do Distrito Federal (1953), chegando a ter sua “Tese” de número nº 13 aprovada para constar do documento final desse encontro. Por meio dela, propugnava os seguintes pontos: que “a lavoura” devesse ser “explorada obrigatoriamente e privativamente pelas Associações de pequenos lavradores”; conjugação das Cooperativas de produção e de consumo na Constituição das Associações; atribuir às Associações o “serviço social a ser prestado ao lavrador”. Ele seria também, na condição de “advogado e consultor jurídico” da ALFC, o secretário-geral da I Conferência dos Lavradores do Distrito Federal em 1958. É muito provável também que o advogado tenha sido um dos principais elaboradores da “Carta do Lavrador”, espécie de documento final do encontro, e que foi oficialmente proposta pela ALFC.






Mas a atuação de H. R. Faria no movimento de luta pela terra não se limitou àquela localidade do Sertão Carioca, pois teve também papel de destaque na luta dos “posseiros” de Jacarepaguá também, atuando como advogado.
Sabe-se que Heitor também teve notável participação em Jacarepaguá como militante pecebista, instruindo e coordenando os pequenos lavradores da região na montagem e organização de entidades associativas. Ele vinha periodicamente a Jacarepaguá participar de reuniões e eventos políticos nas Associações de Lavradores, no Comitê Democrático Progressista e na Liga Camponesa.
Sua filha Rhonneds Aldora nos conta que ele era chamado em Jacarepaguá para participar de casamentos, churrascos e batismos. Era tanta a admiração dos posseiros da região por ele, que Heitor acabou sendo o padrinho de vários de várias crianças. O que mostra o elevado grau de reconhecimento de todo o trabalho que ali desenvolvia. E isso sem cobrar um tostão. Rhonneds diz que ele não tinha coragem de cobrar de pessoas tão humildes. Todo o serviço jurídico era realizado gratuitamente.

Leonardo Soares é pesquisador do IHBAJA e professor da UFF
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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A rede de organizações comunistas de Jacarepaguá


Boa parte da historiografia que tratou de revisar a história das esquerdas no país, com maior ênfase no Partido Comunista do Brasil (PCB), buscou com uma obstinação assustadora provar que se havia algo que essa corrente não gostava, esse algo atendia pelo nome de "povo". Queria-se com isso afirmar que os nossos grupos de esquerda tinham pouco ou pouquíssimo apreço pelo trabalho junto ás bases populares, preferindo ditar regras e normas sobre a verdadeira consciência de classe atrás de suas escrivaninhas e á frente de pilhas de empoeirados tomos de vulgarização do marxismo editados pela escola soviética (e stalinista) de ciências. Mas as pesquisas mais recentes, baseadas maciçamente na apuração de documentos de época, têm revelado uma faceta bem mais interessante – e muito menos caricata – dos militantes e das organizações que pertenciam ao antigo PCB.

E vale lembrar que os comunistas tiveram passagem marcante, embora pequena, na região de Jacarepaguá. Atuação esta que remonta ao período em que o bairro era ainda quase que totalmente agrícola, desde os anos 30. Algumas células da Aliança Nacional Libertadora (ANL) são dessa época. O próprio perfil agrário do bairro, que era caracterizado por um certo isolamento do local, favorecia a realização de atividades de “agitação e conspiração” de maneira mais tranquila e sossegada – ao menos teoricamente.



Casa do Tanque onde eram realizadas reuniões da célula comunista local


A partir dos anos 40, mais precisamente no ano de 1945, com a volta do Partido à legalidade, alguns de seus quadros viam em Jacarepaguá um lugar de grande potencial para a montagem de uma rede sindical vermelha na zona rural da cidade. Além disso, a crescente expansão urbana produzia consequências ambíguas: se de um lado aumentava a demanda por serviços públicos urbanos (estradas, ruas, calçamentos, luz, água, postos de saúde etc.), por outro, tal expansão colocava em risco a agricultura do lugar. Todavia, não restava dúvida que eram situações de grande potencial conflitivo e os comunistas viam nisso uma excelente oportunidade de marcar posição junto aos habitantes do bairro. Na verdade começava ali, com grande participação do PCB, um amplo processo de criação de movimentos locais que demandavam por melhorias nos diferentes bairros.


Outra sede de reuniões


E seria nesse contexto que o Partido criaria os Comitês Populares Democráticos (CPD), que seguiam a chamada política de massas do “partido de Prestes”.  Notem que aqui não passava pela cabeça de ninguém fazer algo sem o prévio processo de politização das classes populares. E, detalhe, não se está falando aqui de algo como uma revolução – mas tão somente uma ação em prol da construção de uma bica d’água ou do conserto de uma calçada -  que era algo geralmente em falta em Jacarepaguá naqueles anos 40, quase 50 (e ainda seguiria faltando por várias décadas afora).


Neste endereço (início da estrada do Gabinal) foram realizados alguns eventos da Liga Camponesa de Jacarepaguá




Com esse propósito, militantes do PCB como o cearense Pedro Coutinho Filho, o médico Jacinto Luciano Moreira e ativistas como Waldyr Moura e Antonio Caseiro montaram algumas organizações que tinham como objetivo específico prover serviço jurídico aos seus associados, lutar pelas melhorias no bairro e organizar eventos como assembleias, palestras, mesas-redondas e até festas e churrascos (quem é de ferro?).

Esses eram os temas tratados nos vários CPD’s criados pelos comunistas, assim como na Liga Camponesa de Jacarepaguá, nas inúmeras células (23 de Outubro, Ajuricaba), nas Uniões Femininas e nas Comissões pela Paz.



Leonardo Soares é historiador do IHBAJA e professor da UFF
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