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sexta-feira, 2 de abril de 2021

 A História do bairro do Anil

 Por Val Costa, pesquisador do IHBAJA e professor de história e geografia

O Anil é um bairro de classe média situado na Baixada de Jacarepaguá. Possui uma área de 350,04 hectares e, de acordo com o Censo de 2010, tem 24.172 habitantes.

Praça Soldado Mário Koser Filho

O nome do bairro está relacionado ao grande número de anileiras que existiam nessas terras durante o período colonial. A anileira (Indigofera suffruticosa) é uma planta de origem asiática usada para produzir uma tinta azul, muito utilizada pela indústria têxtil, principalmente na confecção de jeans. Essa matéria-prima era transportada pelo rio Anil até a Lagoa do Camorim. Posteriormente, ela era colocada em pequenas embarcações e carregada até o porto do Rio de Janeiro, onde, finalmente, era transferida para navios que a levavam ao continente europeu.  A produção de anil durou até o século XVIII, depois a região foi tomada por plantações de café. A jusante do rio Anil observa-se, atualmente, algumas manilhas lançando esgoto em suas águas e um rápido processo de assoreamento ao longo do seu curso.

Rio Anil

As terras nas quais estão hoje os bairros do Anil, da Gardênia Azul e da Cidade de Deus pertenciam, até meados do século XIX, ao Engenho D’Água.  A casa-sede dessa fazenda ainda existe numa colina, situada no entroncamento da Estrada do Gabinal, Rua Edgard Werneck, Avenida Tenente-Coronel Muniz de Aragão e Avenida Ayrton Senna. A edificação está tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)  desde 1938.

Na época em que era Vice-Presidente de Juscelino Kubitschek, na segunda metade da década de 1950, João Goulart iniciou a construção de uma casa de veraneio em um sítio no Anil, localizado no final da Estrada do Quitite. Ela ficava no Sítio do Capim Melado, onde hoje está um condomínio de classe média alta.

João Goulart

Em abril de 1957, João Goulart começou a trazer vários empregados de sua cidade natal, São Borja, para a propriedade. Um dos mais conhecidos, Dirceu Trilha, foi preso e torturado durante a ditadura, falecendo aos 97 anos, em 2011. Trilha era o responsável por organizar a fila dos moradores de Jacarepaguá que queriam falar diretamente com Jango. No Documentário “Doutor Jango - Lembranças de um velho capataz”, Dirceu conta, através de fotos, muitas delas do sítio, toda a intimidade do ex-presidente.

 

 

 

 




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